FGC prevê liberação de recursos para investidores do Banco Master

Nesta quinta-feira, 18 de dezembro de 2025, completa-se um mês desde que o Banco Central interveniu e determinou a liquidação extrajudicial do Banco Master. A expectativa é de que o reembolso aos credores ocorra ainda este ano, uma vez que, em situações similares, o prazo costuma variar entre 30 a 40 dias. No entanto, a data exata para o início dos pagamentos ainda não foi divulgada.

Os reembolsos aos credores começarão apenas após a elaboração de uma lista detalhada de credores e os valores que cada um tem a receber. Essa lista deve ser confeccionada pelo administrador designado pelo Banco Central, que assumiu a gestão do banco durante a liquidação e será repassada ao Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Assim que o FGC receber essas informações, os credores poderão usar um aplicativo para finalizar o processo de solicitação e, geralmente, o pagamento é efetuado em até dois dias úteis após essa etapa.

Em uma nota divulgada, o FGC confirmou que está aguardando as informações do Banco Master, da sua subsidiária Banco Master de Investimento e do Banco Letsbank. Essas informações estão sendo consolidadas pelo liquidante, que recebe apoio do FGC, a fim de iniciar o pagamento das garantias aos credores o mais rápido possível.

Para a condução do processo de liquidação do Banco Master, o Banco Central nomeou a empresa EFB Regimes Especiais e Empresas, cuja supervisão técnica está nas mãos de Eduardo Felix Bianchini. O FGC reembolsará os credores até o limite de R$ 250 mil por CPF. Valores que excederem esse limite irão compor a massa falida e os pagamentos desses montantes podem levar anos, uma vez que exigem um processo judicial.

O FGC já estimou que precisará devolver cerca de R$ 41 bilhões a aproximadamente 1,6 milhão de credores do Banco Master, o que tornará essa a maior operação de resgate do fundo até o momento. O recorde anterior pertencia ao Banco Bamerindus, que em 1997 exigiu R$ 3,7 bilhões em resgates, algo que corresponderia a R$ 19,6 bilhões hoje, ajustados pela inflação.

Em termos de clientes, o resgate mais significativo ocorreu no caso do Bamerindus, que reembolsou mais de 3,9 milhões de clientes. Para o Banco Master, o FGC estima atender 1,6 milhão de pessoas, superando o Banorte, que teve 146,5 mil clientes na época de sua insolvência em 1996. Até setembro, o FGC informou que seu patrimônio totalizava R$ 160 bilhões, com R$ 122 bilhões disponíveis em caixa.

Os credores do Fundo Garantidor de Crédito podem solicitar o pagamento por meio de um aplicativo disponível para sistemas iOS e Android. É necessário baixar o app e cadastrar-se para, em seguida, solicitar a garantia. O pagamento será realizado diretamente em uma conta bancária do solicitante.

Para empresas, a solicitação deve ser feita pelo Portal do Investidor, onde o representante legal preencherá os dados necessários, e os próximos passos serão enviados por e-mail. Assim como para pessoas físicas, o pagamento será feito através de transferência para uma conta da própria empresa.

O FGC cobre diferentes tipos de depósitos, incluindo contas correntes, poupança e Certificados de Depósito Bancário (CDB), entre outros.

A intervenção e a liquidação extrajudicial são movimentos do Banco Central para interromper as operações de uma instituição financeira que não pode mais se recuperar, por motivos como insolvência ou infrações legais. As ações recentes também incluíram a liquidação das corretoras e do banco de investimentos ligados ao Grupo Master. Contudo, a fintech Will Bank não foi afetada, pois há interesse de investidores em adquirir a empresa.