Minas Gerais se destaca como um importante polo cultural, especialmente com a presença de Inhotim, um dos maiores museus a céu aberto do mundo, localizado em Brumadinho desde 2006. Esse espaço tem influenciado significativamente a cena artística na capital, Belo Horizonte, que é carinhosamente chamada por muitos de Bêagá.
Com a retomada do turismo e a vontade de explorar a rica arte e cultura nacional, muitos estão planejando visitas a Inhotim e aproveitando para passar alguns dias em Belo Horizonte para apreciar iguarias locais como o queijo e o samba.
A cena artística no Brasil começa a se revitalizar, com feiras e eventos voltando a se realizar, e Belo Horizonte não é exceção. Em meio a essa revitalização, há uma expectativa de que as iniciativas culturais possam ganhar força e segurança.
Em uma pesquisa prévia, várias galerias de arte em Belo Horizonte foram mapeadas. Foi então que se descobriu a possibilidade de visitar pelo menos seis dessas galerias em um raio de um quilômetro. No entanto, ao chegar ao local, deparou-se com diversas placas de “aluga-se” e “vende-se” em espaços que antes funcionavam como galerias, resultantes do impacto da pandemia. A constatação de que pelo menos quatro galerias haviam fechado durante esse período foi desanimadora.
Essa realidade leva a uma reflexão sobre o futuro da arte em espaços físicos. Muitos desses locais eram dedicados a proporcionar experiências únicas, onde as pessoas se encontravam, discutiam arte e refletiam sobre o papel da arte urbana. A perda desses espaços vai além do fechamento físico; ela compromete a vivência e o diálogo que a arte proporciona.
Um momento de esperança foi encontrado na Galeria Dotart, que apresenta a exposição “Chassis”, do artista André Azevedo, disponível até 4 de junho. Durante a visita, um dos profissionais da galeria compartilhou reflexões sobre a cena artística em Belo Horizonte, mostrando que ainda há resistência e espaço para o diálogo.
Conversas sobre acessibilidade à arte e a valorização dos artistas de rua marcaram o encontro. Outra galeria, chamada Quarto Amado, foi visitada e está reabrindo após a pandemia, com exposições que promovem a arte acessível. Este espaço visa integrar a arte na vida cotidiana de mais pessoas, desconstruindo a ideia de que a arte deve ser consumida somente por uma elite.
A Celma Albuquerque Galeria de Arte também merece destaque. Desde 1998, ela vem promovendo exposições que envolvem tanto artistas consagrados quanto novos talentos. A diversidade de preços das obras, com foco em torná-las acessíveis, é um dos pontos fortes da galeria, que busca estimular o mercado artístico e transformar a sociedade através da arte.
Em meio a esses desafios e conquistas, é importante valorizar aqueles que mantêm a resistência no cenário cultural. O movimento em torno da arte em Belo Horizonte continua vivo, e as experiências compartilhadas em galerias e exposições reafirmam a importância de espaços que promovem a cultura e a criação artística.
Dessa forma, a arte se mantém como um elemento fundamental na formação de uma sociedade mais inclusiva e consciente, convidando cada vez mais pessoas a se envolverem e apreciarem o que ela oferece.