Alerta sobre raiva humana na Paraíba
A Secretaria de Estado da Saúde da Paraíba (SES-PB) emitiu, na última quarta-feira, um alerta sobre um caso suspeito de raiva humana no estado. A raiva é uma doença infecciosa grave, quase sempre fatal após o início dos sintomas, sendo transmitida principalmente pela saliva de animais infectados através de mordidas, arranhões ou até mesmo contato com mucosas e pele lesionada.
A SES-PB enfatiza a importância da vigilância constante e da notificação imediata em casos suspeitos, além de adotar medidas preventivas e de controle sugeridas pelo Ministério da Saúde. Em caso de exposição, é fundamental que as pessoas busquem avaliação em serviços de saúde rapidamente. O primeiro passo é lavar a ferida com água corrente e sabão. Se disponíveis, antissépticos como clorexidina ou iodo podem ser usados, mas isso não substitui a necessidade de atendimento médico.
A infectologista Júlia Chaves, da SES, explica que a conduta clínica deve levar em conta o tipo de animal envolvido, a gravidade da lesão e os sintomas do animal. “Lavar bem o local com água e sabão é a primeira medida. A seguir, é imprescindível procurar atendimento médico. Para mordidas ou arranhões provocados por animais silvestres, como macacos, raposas ou morcegos, o atendimento deve ser imediato”, alerta.
No caso de cães e gatos, a recomendação é diferente: se o animal demonstrar comportamento anormal ou sinais de doença, o atendimento deve ser buscado imediatamente. Caso o animal pareça saudável, ele deve ser observado por dez dias. Se houver qualquer alteração durante esse período, é necessário procurar um serviço de saúde.
A necessidade de vacinação ou uso de soro antirrábico será definida com base na avaliação clínica e epidemiológica. “A indicação dependerá da situação da pessoa exposta e da gravidade da lesão”, destaca Júlia. Ela também enfatiza a gravidade da raiva, alertando que a maioria das pessoas que desenvolvem a doença não sobrevive.
Quanto aos animais silvestres, é importante evitar qualquer contato, mesmo que pareçam dóceis. Já em relação a animais de estimação, se houver comportamento incomum, como agressividade ou apatia, o ideal é não tocá-los e procurar um veterinário.
A SES-PB reitera que todos os casos suspeitos devem ser notificados em até 24 horas aos serviços de vigilância em saúde, para que possam ser investigados e acompanhados adequadamente. O estado mantém campanhas contínuas de vacinação animal e não registra casos de raiva humana transmitida por cães há 26 anos. Os últimos casos humanos de raiva estiveram ligados a variantes do vírus oriundas de animais silvestres, reforçando a importância da vigilância e prevenção.
A SES-PB, por meio do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde, continua monitorando a situação e orientando municípios e profissionais de saúde sobre investigação e notificação de casos.