A importância do pensamento humano na era da IA

O Paradoxo de Jevons e a IA: Entendendo o Aumento do Consumo

No mundo da economia, existe uma ideia chamada paradoxo de Jevons. Essa teoria diz que quando a eficiência das ferramentas aumenta, o consumo tende a subir. No caso da inteligência artificial (IA), isso indica que, quando as ferramentas digitais ajudam os trabalhadores a serem mais produtivos, a demanda por trabalho cresce. Com a tecnologia avançando, as expectativas aumentam, deixando as pessoas com maiores demandas a atender.

Para o mercado de trabalho em 2025, é preciso mais do que apenas boa vontade. As exigências mudaram bastante nos últimos anos. Jornalistas, por exemplo, agora não só escrevem, mas também verificam fatos e cuidam de suas imagens em várias redes. Já engenheiros de software enfrentam prazos cada vez mais apertados para criar soluções inovadoras. Em diversas áreas, a capacidade humana não dá conta da necessidade de estar sempre disponível e de produzir conteúdo rapidamente.

Se recusar a utilizar as ferramentas disponíveis pode resultar em não alcançar as expectativas. Um médico, por exemplo, deve ter acesso a todos os recursos para dar a melhor resposta possível. Em situações críticas, priorizar precisão é fundamental e é um desafio saber até onde ir com isso.

Algumas atividades, como decorar números de telefone e escrever pedidos de seguro, já deixamos para lá sem pensar muito. No entanto, vale a pena investir tempo e paciência para resolver questões mais complexas. Quando eu era criança, passava horas lendo sem me mover. Hoje, mal consigo ler uma matéria sem querer conferir as redes sociais.

É complicado achar motivação para enfrentar problemas difíceis, já que as alternativas mais simples estão a um clique. Por que gastar tempo promovendo meu trabalho no LinkedIn, se a IA pode fazer isso rapidinho e até com mais qualidade? Todo mundo está se aproveitando disso.

Entretanto, investir um tempo em ideias desafiadoras pode trazer reflexões e perspectivas valiosas. Uma boa dica é pegar papel e caneta. Colocar ideias no papel ajuda a organizar pensamentos e oferece novas insights que você não teria de outra forma.

As melhores conexões entre ideias muitas vezes aparecem quando estamos em momentos de tranquilidade, como tomando banho ou caminhando. Isso não acontece quando estamos sobrecarregados de informações. Devemos ter cuidado para que a tecnologia não nos faça perder essas oportunidades de reflexão.

Quando usada com cuidado, a IA pode ser uma grande aliada. É como ter acesso a alimentos saudáveis: você precisa estar informado e escolher bem. Assim como na alimentação, as ferramentas digitais nos empurram para opções que são agradáveis, mas nem sempre boas para nós.

Saber usar a IA com sabedoria pode ser um privilégio. famílias que têm mais recursos têm acesso a mais dispositivos. Curiosamente, adolescentes de famílias mais pobres passam mais tempo em seus aparelhos do que aqueles de famílias ricas. Mesmo com mais acesso à tecnologia, muitas vezes perdemos a habilidade de controlá-la.

Além disso, pessoas com mais instrução tendem a ser mais críticas em relação ao uso da IA. Um estudo recente mostrou que quem tem menos educação confia mais nesse tipo de tecnologia. Essa confiança pode levar a uma dependência, onde as pessoas param de se envolver com as informações que consomem.

Ainda não sabemos exatamente como nossos dispositivos impactam nossos cérebros. Não temos ferramentas suficientes para medir isso e nem tempo para estudos que acompanhem as mudanças. Porém, já sentimos que essa tecnologia pode estar afetando nosso modo de perceber o mundo. A atenção dispersa e a dificuldade de concentração são algumas mudanças que percebemos.

Outro ponto preocupante é que apenas algumas pessoas muito ricas estão criando IA rapidamente, sem consultar a sociedade sobre isso. O CEO da OpenAI, por exemplo, falou sobre criar “inteligência mágica” sem considerar a opinião pública. A questão não é só como isso afeta nossa mente, mas também como isso pode mudar a sociedade como um todo.

O especialista Gilbert ressalta que a desinformação e o controle de poder são preocupações maiores do que apenas perder a capacidade de pensar por nós mesmos. O risco real pode ser o abandono da nossa habilidade de decidir quais pensamentos e ideias realmente importam.