Bruce Springsteen: Deliver Me From Nowhere
O filme “Bruce Springsteen: Deliver Me From Nowhere” é o segundo em dois anos a abordar a vida de uma estrela do rock, após o lançamento do documentário sobre Bob Dylan no ano passado. Em um evento recente em Nova York, Bruce Springsteen, aos 76 anos, apresentou o filme acompanhado de seu gerente Jon Landau e o diretor Scott Cooper. A escolha de Springsteen de finalmente participar de um projeto cinematográfico após 50 anos de ofertas é notável, especialmente por tratar de uma crise pessoal em sua vida.
Diferentemente de Bob Dylan, que se afastou de eventos de premiação, Springsteen participou continuamente do circuito de festivais e exibições, compartilhando detalhes sobre a produção do filme. Ele revelou que o projeto surgiu a partir do livro de Warren Zanes e que, ao torná-lo realidade, desejava oferecer um entendimento do contexto de sua vida na época em que gravou o álbum “Nebraska”. O filme retrata uma fase de grande turbulência emocional na vida do cantor, marcada por traumas de infância e a complicada relação com seu pai, que afetaram sua capacidade de amar e lidar com a fama.
A atuação de Jeremy Allen White como Springsteen foi elogiada, assim como a de Jeremy Strong no papel de Jon Landau. O filme pretende se distanciar de produções musicais glamorosas e explorar os desafios emocionais reais por trás da criação artística de Springsteen. O cantor afirmou que a intenção não era glorificar sua figura, mas abordar suas lutas pessoais e traumas de maneira autêntica.
Os desafios enfrentados por Springsteen na juventude, incluindo um comportamento auto-destrutivo, são centrais na narrativa. Embora tenha vivido momentos arriscados, ele destaca que nunca esteve em um ponto de querer se machucar, mas sim lidando com uma incompreensão interna e conflitos emocionais.
O diretor Scott Cooper expressou sua vontade de apresentar não apenas a trajetória musical de Springsteen, mas também os aspectos psicológicos que cercaram essa experiência criativa. Cooper percebeu que muitos dos fãs de Springsteen também enfrentam dificuldades emocionais e acredita que o filme pode ressoar com aqueles que lidam com questões semelhantes.
Além dos aspectos pessoais e criativos, Springsteen e Landau comentaram sobre as barreiras que encontraram na indústria cinematográfica e como resistiram a inúmeras propostas ao longo dos anos. Ambos reconhecem que, ao longo de sua carreira, sempre primaram pela autenticidade em sua arte e decisões profissionais.
O filme marca um momento significativo na realização de um projeto que Springsteen hesitou em embarcar a maior parte de sua carreira. Sua colaboração com Cooper e Landau resultou em uma obra que busca capturar a essência não apenas de sua música, mas de sua vida. Essa nova abordagem pode oferecer aos fãs uma nova perspectiva sobre o artista, indo além de sua imagem pública e explorando suas vulnerabilidades e desafios pessoais.