Conhecer o risco de Alzheimer pode reduzir ansiedade e motivação

Aprender sobre o risco de ter Alzheimer pode não causar estresse emocional, mas a motivação para manter hábitos saudáveis tende a diminuir com o tempo, mesmo em pessoas com alto risco. Essa é a conclusão de uma pesquisa de um pesquisador da Rutgers.

O estudo, realizado por Sapir Golan Shekhtman, estudante de doutorado no Centro de Neurociência Joseph Sagol, no Sheba Medical Center, em Israel, foi liderado por Orit Lesman-Segev, neurorradiologista do Departamento de Imagem Diagnóstica. Também participaram Michal Schnaider Beeri, diretor do Centro de Pesquisa sobre Alzheimer Herbert e Jacqueline Krieger Klein, na Rutgers Brain Health Institute.

Uma proteína chamada beta-amiloide, encontrada no cérebro, é uma das principais causas do Alzheimer. O acúmulo dessas placas de amiloide pode ser detectado décadas antes de os sintomas aparecerem. Esses depósitos podem ser visualizados e medidos através de um exame chamado tomografia por emissão de pósitrons (PET).

Os pesquisadores queriam entender como as pessoas reagem emocionalmente ao descobrir que correm risco de ter problemas de memória. Para isso, o estudo acompanhou 199 adultos saudáveis que realizaram o exame PET para verificar a presença de beta-amiloide.

Antes do exame, os participantes responderam a questionários sobre ansiedade, depressão, preocupações com memória e motivação para mudanças de estilo de vida. Seis meses depois de receberem os resultados, eles usaram os mesmos questionários.

Os resultados mostraram que quem não tinha acúmulo de beta-amiloide apresentou uma melhora significativa nas emoções: esses participantes relataram níveis muito mais baixos de depressão, ansiedade e queixas de memória.

No entanto, a motivação deles para manter as melhorias no estilo de vida também diminuiu. Por outro lado, os participantes que apresentaram presença de beta-amiloide não tiveram aumento na depressão ou nas queixas de memória, mas sentiram queda na ansiedade e na motivação para mudanças saudáveis.

De acordo com Schnaider Beeri, “os achados sugerem que a revelação da presença de beta-amiloide não afeta negativamente os participantes, e apenas saber os resultados parece diminuir os sentimentos negativos em geral.”

Esse estudo fornece novas informações sobre como as pessoas reagem emocionalmente ao aprender sobre sua condição em relação à beta-amiloide. Esse é um tópico que ainda precisa ser mais explorado, segundo os pesquisadores. Além disso, o estudo incluiu a divulgação do status de beta-amiloide para pessoas cognitivamente saudáveis, algo que não era comum em pesquisas anteriores.

Shekhtman comentou que “os resultados destacam como as pessoas facilmente perdem a motivação para fazer mudanças de estilo de vida que visam manter a saúde cognitiva.” Ele ressaltou que estratégias para sustentar esses comportamentos saudáveis são fundamentais.

Lesman-Segev também enfatizou que essas descobertas têm ainda mais importância em uma época que está se movendo em direção a terapias preventivas para o Alzheimer. Quando esses tratamentos estiverem disponíveis, pessoas cognitivamente normais provavelmente passarão por triagens com biomarcadores de Alzheimer para se qualificarem para terapias específicas. Assim, é essencial entender melhor a resposta à divulgação dessas informações e otimizar o processo de comunicação.

O estudo mostra que, mesmo que a descoberta sobre o risco de Alzheimer não cause angústia, a motivação para mudar hábitos de vida pode ser passageira. Portanto, é importante que haja acompanhamento e estratégias práticas para ajudar as pessoas a seguir em frente com hábitos saudáveis. Manter uma rotina que inclua exercícios físicos, alimentação balanceada e atividades mentais é fundamental para a saúde a longo prazo.

Em resumo, conhecer o risco de Alzheimer pode trazer alívio emocional para algumas pessoas. Contudo, a queda na motivação para fazer mudanças significativas é uma preocupação. Pesquisadores acreditam que, à medida que mais pessoas se tornam conscientes de suas condições de saúde, será essencial encontrar maneiras de manter esse entusiasmo e compromisso com a saúde.

Este entendimento é especialmente importante em tempos onde as terapias preventivas estão se tornando uma realidade. Quando tratamentos mais eficazes chegarem ao mercado, saber como as pessoas reagem ao receber essas informações será crucial para a implementação de programas de saúde mental e física que possam ajudá-las a manter um estilo de vida adequado e saudável.

Criar um ambiente que favoreça o aprendizado e a continuidade nas mudanças de hábitos saudáveis pode fazer toda a diferença. Se as pessoas souberem que seu bem-estar depende também de suas escolhas diárias, isso pode gerar um impacto positivo.

Portanto, continuar a pesquisa nesse campo é essencial. Com mais informações, podemos desenvolver estratégias que ajudem as pessoas a se manterem motivadas e comprometidas com suas saúdes. Essa responsabilidade será cada vez mais importante conforme avançamos para um futuro onde a prevenção é a chave para combater doenças como o Alzheimer.

Adotar um estilo de vida saudável é uma meta para todos, especialmente considerando os riscos associados a doenças neurodegenerativas. É fundamental que a sociedade como um todo se empenhe em promover conhecimento e apoio para que as pessoas consigam fazer essas mudanças de maneira eficaz e duradoura.

Assim, o aprendizado sobre a saúde mental e a participação em atividades que promovam o bem-estar físico e emocional são partes essenciais desse processo. Cumprir com essa responsabilidade é um passo importante, tanto para indivíduos quanto para suas comunidades.ხედන්න!