Neste sábado, dia 8, o Ministério da Saúde promove o Dia D de combate ao mosquito Aedes aegypti, parte da campanha “Não dê chance para dengue, Zika e chikungunya”. A mobilização acontece em todo o país, com a participação de gestores locais, profissionais de saúde, agentes de endemias, lideranças comunitárias e a população em geral. O foco das atividades são ações de conscientização e mutirões de limpeza em espaços públicos e residências.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou a importância dessa mobilização antes do período de maior incidência da dengue, que ocorre no primeiro semestre do ano. “Essa é uma oportunidade de alertar a população sobre a identificação de locais com água parada, onde o mosquito se reproduz,” declarou o ministro. Ele também mencionou o uso de novas tecnologias, como a Wolbachia, que ajuda a combater a transmissão do mosquito.
No total, mais de 370 mil profissionais estão envolvidos na prevenção das arboviroses, atuando em todos os 5.570 municípios do país. Os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) visitam residências, entregam material informativo e incentivam a população a participar das ações. Já os Agentes de Combate às Endemias (ACE) realizam inspeções, aplicam larvicidas e coletam dados para orientar o planejamento das ações.
Até o final de outubro, o país reportou mais de 1,6 milhão de casos prováveis de dengue, o que representa uma queda de 75% em relação ao mesmo período do ano passado. No entanto, foram registrados cerca de 1,6 mil óbitos, uma diminuição de 72% em comparação ao ano anterior. Os estados com o maior número de casos são São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul.
Apesar da redução nos casos de dengue, o Ministério da Saúde alerta para a necessidade de continuar com as ações de prevenção. Um levantamento recente indicou que 30% dos municípios estão em estado de alerta para a dengue. Em 3,2 mil cidades, mais de 80% das larvas foram encontradas em recipientes como vasos de plantas, pneus, garrafas e caixas d’água.
Investimentos em novas tecnologias
Para o ciclo 2025/2026, o Ministério da Saúde planeja investir R$ 183,5 milhões em tecnologias de controle do mosquito, incluindo o método Wolbachia e outras estratégias. Essa técnica já foi implementada em 11 municípios de oito estados, resultando em reduções significativas nos casos de dengue e outras arboviroses.
O investimento em tecnologia inclui a biofábrica de Wolbachia inaugurada em Curitiba, que tem capacidade para produzir 100 milhões de ovos de mosquitos por semana. Esses mosquitos infectados com a bactéria ajudam a reduzir a transmissão das doenças.
Além disso, o governo já distribuiu 2,3 milhões de sais de reidratação oral, 1,3 milhão de testes laboratoriais e nebulizadores, além de ter instalado diversas Estações Disseminadoras em diferentes municípios para aumentar a eficiência no controle das arboviroses.
Orientações de prevenção
A campanha destaca que pequenas ações podem ter grande impacto na prevenção. Dentre as principais recomendações estão:
- Guardar garrafas e potes de cabeça para baixo.
- Descartar embalagens usadas adequadamente.
- Colocar areia nos pratos de vasos de plantas.
- Armazenar pneus em locais cobertos ou descartá-los apropriamente.
- Manter a caixa d’água e outros reservatórios de água limpos e vedados.
- Evitar o acúmulo de sucata e entulho.
- Limpar calhas e lajes regularmente.
- Permitir a entrada dos agentes de saúde nas residências para verificações.
Em caso de sintomas como febre, dor de cabeça, dor nas articulações ou manchas na pele, é fundamental procurar uma Unidade Básica de Saúde o mais rápido possível, evitando o uso de medicamentos sem orientação médica que possam piorar a situação.