Identificação do Novo Vírus Influenza A (H3N2) no Brasil: O que Você Precisa Saber
Recentemente, foi confirmado um novo tipo do vírus influenza A (H3N2), chamado de “vírus K”, no Brasil. De acordo com Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), ainda não há razão para um alarme generalizado. Ele explica que a variação dos vírus é uma parte normal de sua evolução e, no momento, não existem dados que indiquem um impacto significativo na próxima temporada de gripe.
Kfouri ressalta que é cedo para fazer previsões sobre a gravidade ou a duração da próxima temporada de influenza. “Não se sabe se o H3N2 será a variante predominante no mundo ou se outra variante, como o H1N1, irá surgir”, afirmou.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou sobre um aumento rápido da circulação da variante K do vírus influenza A, especialmente em regiões como Europa, América do Norte e Leste Asiático. Na Europa, a inflação começou a se espalhar mais cedo do que o habitual e a variante K foi responsável por quase metade dos casos notificados entre maio e novembro de 2025. Porém, até agora, não houve aumento significativo em internações hospitalares ou óbitos relacionados a essa variante.
No Brasil, o Ministério da Saúde confirmou a identificação do vírus K no estado do Pará. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) também trouxe informações sobre o caso. A amostra do vírus foi coletada em Belém, Pará, no dia 26 de novembro. Inicialmente analisada pelo Laboratório Central do Estado (Lacen-PA), foi posteriormente enviada ao Instituto Oswaldo Cruz, onde foi confirmado como influenza A (H3N2).
A paciente envolvida é uma mulher adulta, natural das Ilhas Fiji, e o caso foi classificado como importado. Até o momento, não há registros de transmissão local do vírus K no país.
Kfouri afirma que a identificação de variantes é previsível e ocorre todos os anos. Ele explica que o vírus do influenza tende a sofrer mutações, tornando necessária a vacinação anual. As vacinas são atualizadas para refletir as cepas identificadas que provavelmente circularão no próximo ano.
É importante destacar que, mesmo com variações genéticas entre a vacina e o vírus, a proteção continua, especialmente contra formas mais graves da doença. “A proteção não desaparece. Sempre há uma expectativa de defesa significativa contra hospitalizações e óbitos”, esclareceu Kfouri.
Os especialistas da Fiocruz reforçam que a vacinação é a principal estratégia de prevenção contra a gripe. A OMS atualizou a composição da vacina em setembro, incluindo cepas mais próximas das atualmente em circulação, como a variante K.
Além da vacinação, as recomendações de saúde incluem manter a higiene das mãos, evitar contato próximo com pessoas que apresentam sintomas respiratórios, usar máscara e procurar atendimento médico, principalmente em casos de febre. Para os serviços de saúde, a prioridade é fortalecer a vigilância epidemiológica, laboratorial e genômica, garantindo uma resposta rápida e eficiente ao surgimento de novas variantes.