Filósofas de Tradições Não O Ocidentais

Mulheres Filósofas de Tradições Não Ocidentais: Os Primeiros Quatro Mil Anos

O livro “Mulheres Filósofas de Tradições Não Ocidentais” é uma coletânea que destaca a contribuição de 22 mulheres pensadoras de diferentes partes do mundo. O foco principal é apresentar suas ideias e o contexto em que viveram.

Essas filósofas vêm de regiões como Mesopotâmia, Índia, Tibete, China, Coreia, Japão, Austrália, América, Filipinas e Nigéria. Entre elas, seis viveram há mais de dois mil anos, antes mesmo dos pré-socráticos gregos. Outras seis filósofas foram ativas em períodos variando da Antiguidade tardia à época Clássica. Além delas, cinco mais se destacaram na Idade Média e até a Era das Explorações. Por fim, mais cinco filósofas contribuíram durante a época moderna até meados do século XX.

A maioria dessas pensadoras estava ligada a tradições filosóficas importantes, como o hinduísmo, budismo, confucionismo, taoísmo, zen e sufismo. O livro é organizado em capítulos que falam da vida de cada filósofa, das suas ideias e das características das escolas a que pertenciam. Além disso, contém traduções de seus escritos.

Este trabalho é voltado para acadêmicos interessados em filosofia e nos estudos de gênero, especialmente aqueles que desejam aprender mais sobre filosofias não ocidentais. É também uma excelente referência para a educação universitária. O livro traz bibliografias multilíngues com fontes bem documentadas, oferecendo recursos valiosos para pesquisas adicionais.

Conteúdo do Livro

O livro traz diversos capítulos que se dedicam a diferentes filósofas. Aqui está um resumo do conteúdo:

  1. En Hedu’Anna da Mesopotâmia (cerca de 2300 a.C.)

    • Uma das primeiras poeta e escritora conhecida na história, sua obra explora a religião e a identidade.
  2. Gārgī Vācaknavī da Índia (século VIII a.C.)

    • Filósofa que participou de debates sobre a natureza do universo e da alma.
  3. Maitreyī da Índia (cerca de 1100–500 a.C.)

    • Conhecida por sua contribuição ao pensamento védico e à busca da imortalidade.
  4. Mahapajapati Gotami (século VI–VII a.C.)

    • Primeira mulher a se tornar monja budista e uma importante líder na propagação do budismo.
  5. Khema, da Grande Sabedoria (cerca de 563–483 a.C.)

    • Conhecida por seu insight sobre a vida e a busca pela sabedoria.
  6. Meng Mu da China (século IV a.C.)

    • Filósofa e mãe do famoso pensador Confúcio, famosa por suas ideias sobre a educação.
  7. Ban Zhao da China (45–116 d.C.)

    • A primeira mulher historiadora da China, que escreveu sobre a importância da educação para as mulheres.
  8. Sulabha da Índia (cerca de 800 a.C.)

    • Filósofa que destacou o papel das mulheres nos diálogos sobre a ética e a filosofia.
  9. Rābi‘a al-‘Adawiyya de Basra (712–801 d.C.)

    • Uma mística sufista que enfatizou o amor e a devoção a Deus.
  10. Yeshe Tsogyal do Tibete (777–876 d.C.)

    • Considerada uma das fundadoras do budismo tibetano, destacou-se por seus ensinamentos espirituais.
  11. Murasaki Shikibu do Japão (cerca de 978–cerca de 1000)

    • Autora de “O Conto da Princesa Genji”, uma obra-prima da literatura mundial.
  12. Cao Wenyi da China (1039–1119)

    • Reconhecida por seus estudos em literatura e ética.
  13. Sun Bu’er da China (1119–1183)

    • Filósofa e adepta do taoísmo, cujos escritos exploram meditação e espiritualidade.
  14. Akka Mahadevi da Índia (cerca de 1130–cerca de 1160)

    • Poetisa e santa que defendia a devoção e o amor divino.
  15. Imperatriz Xu/Renxiaowen da China (1361–1407)

    • Uma mulher influente na política e na filosofia, destacou-se em seu papel de líder.
  16. Im Yunjidang da Coreia (1721–1793)

    • Filósofa e educadora que tratou da importância do conhecimento e da ética.
  17. Gang Jeongildang da Coreia (1772–1832)

    • Famosa por suas obras que discutem a moralidade e os valores sociais.
  18. Nana Asma’u da Nigéria (1793–1864)

    • Líder educacional e defensora dos direitos das mulheres, se dedicou à educação das jovens.
  19. Oodgeroo do Noonuccal (Kath Walker) da Austrália (1920–1993)

    • Poetiza e ativista cultural que lutou pelos direitos aborígenes.
  20. Emérita Quito das Filipinas (1929–2017)

    • Filósofa e escritora que defendeu a identidade cultural filipina.
  21. Sophie Olúwolé da Nigéria (1935–2018)

    • Pioneira nos estudos de filosofia africana, foco em questões de gênero.
  22. Viola Cordova da Tribo Jicarilla, Apache (1936–2002)

    • Filósofa nativa americana que explorou questões de identidade e espiritualidade.

Conclusão

O livro “Mulheres Filósofas de Tradições Não Ocidentais” ilumina a contribuição essencial das mulheres na filosofia ao longo da história. Essas pensadoras, muitas vezes esquecidas, ajudaram a moldar o pensamento filosófico em diversas culturas e tradições. Suas ideias e ensinamentos permanecem relevantes até hoje e oferecem uma perspectiva enriquecedora sobre a filosofia global.

Este material é uma valiosa fonte para todos que desejam entender a pluralidade do pensamento filosófico e a importância das mulheres nesse campo. Ideal para estudantes e pesquisadores, o livro convida à reflexão sobre como as filosofias não ocidentais influenciaram e continuam a influenciar o mundo.