Leibniz Me Fez Questionar: Deus é uma Inteligência Externa?

A Beleza da Estrutura do Mundo

Frequentemente me pergunto sobre a beleza que encontramos na natureza. Fractais, proporções áureas e harmonia estão por toda parte, seja na água, nas plantas ou na anatomia dos seres vivos. Essa perfeição parece surgir da matemática e da geometria.

Além disso, caminhar em uma floresta traz uma sensação de paz. O contato com a natureza é relaxante e, por vezes, agradável. Os seres humanos apresentam um espírito que busca essa conexão com o mundo ao nosso redor.

Tentei compreender conceitos de divindade através de diversas culturas. Meditações e experiências com substâncias psicodélicas ampliaram minha visão. Percebi que a estrutura visual e matemática está presente nas coisas que consideramos bonitas, como a harmonia natural.

Nos últimos anos, questionei a existência do ser supremo que diferentes culturas veneram. Me pergunto se Deus é uma entidade concreta ou se representa algo maior, a totalidade do universo.

O filósofo Leibniz, em sua obra “Discurso sobre a Metafísica”, diz que para entender a essência de Deus, devemos buscar a união entre as diversas tradições cristãs. Ele apresenta o argumento ontológico, iniciado por Santo Anselmo e Descartes.

Esse argumento parte do pressuposto de que temos a ideia de um ser perfeito, Deus. Para ser perfeito, esse ser não pode ter falta de nada, nem mesmo da existência. Logo, se temos essa ideia, então Deus deve existir.

Contudo, reconhecer a ideia de um ser perfeito não é o suficiente. É necessário demonstrar que esse ser é possível. Se Deus, sendo perfeito, é possível, então Ele existe necessariamente, devido à sua perfeição.

Leibniz afirma que apenas Deus, ou o ser necessário, tem a característica de simplesmente ser possível para existir. Como nada pode se opor à possibilidade de algo que não tem limites, entendemos a priori que Deus existe.

Se o ser que existe por si só não fosse possível, então nada poderia existir. Isso porque todos os seres que existem dependem desse ser. Se não houver um ser necessário, também não existem seres possíveis.

Um ser perfeito e infinito é possível, já que não há argumentação que contrarie essa possibilidade. Se é possível, então deve existir, pois do contrário não seria absolutamente perfeito.

Um ser humano, por ser limitado, não consegue criar efeitos perfeitos. Porém, existem verdades eternas e necessárias. As proposições matemáticas evidenciam essa verdade, pois não dependem da existência de seres contingentes.

Assim, deve haver um ser absolutamente necessário que fundamente essas verdades eternas. Portanto, podemos concluir que Deus existe.

Leibniz completa seu raciocínio afirmando que as coisas contingentes precisam de um ser necessário para evidenciar a existência de Deus. Isso se relaciona ao princípio da razão suficiente, que ele explora em “Princípios da Natureza e Graça”.

A questão central que ele propõe é: por que existe algo ao invés de nada? Para Leibniz, nada é mais simples do que algo. Portanto, algumas coisas devem existir como são, sem variação.

A razão suficiente para a existência do universo não pode estar dentro das coisas contingentes. A matéria não pode conter a razão do movimento. Mesmo que haja movimento contínuo, a pergunta sobre a origem permanece.

Assim, a razão que não precisa de outra razão deve estar fora da série das coisas contingentes, em uma substância que causa esta série. Esse ser é necessário e contém a razão para sua própria existência, que é chamada de Deus.

Além disso, Leibniz sustenta a existência de Deus através da ideia da harmonia pré-estabelecida, sugerindo que um criador organiza tudo por meio de causas finais.

A forma como percebo a divindade se revela pela inspiração que surge da minha própria criatividade. Através das obras que crio, sejam textos, músicas ou designs, busco expressar o que não pode ser visto fisicamente.

Essa perspectiva me leva a crer que a criação dos seres humanos se dá de maneira semelhante. Essa conexão com a criação me impulsiona a produzir minha própria arte.

Se a divindade se manifesta por meio da criação, então nossos atos criativos são reflexos desse mesmo princípio: algo surgindo do nada, o invisível tornando-se real. Essa ideia me inspirou a compor uma meditação em 528 Hz.

A frequência de 528 Hz é utilizada por mim em uma composição que busca refletir essa conexão. É uma forma de expressar essa intuição através do som, permitindo a exploração dessa ideia.

A busca por entender a essência do que nos rodeia continua, assim como a busca pela compreensão de nossa própria espiritualidade. Cada experiência de criação é uma nova oportunidade de conectar-se com algo maior, um processo contínuo de descoberta.