A Globo, uma das principais emissoras de televisão do país, recentemente enfrentou dificuldades com a reprise da novela Rainha da Sucata, original de 1990, que está sendo exibida no programa Vale a Pena Ver de Novo. Diferente de reprises que fazem sucesso, como Tieta (1989) e A Viagem (1994), Rainha da Sucata, escrita por Silvio de Abreu e estrelada por Regina Duarte, Tony Ramos e Glória Menezes, não conseguiu manter uma audiência satisfatória. Isso teve um impacto negativo na programação noturna da emissora, que é uma parte crucial de sua grade de programação.
A escolha das novelas a serem reprisadas se tornou uma questão importante para a Globo, especialmente considerando que essa faixa horária representa uma transição entre a programação do dia e do período da noite. Por conta das dificuldades que Rainha da Sucata apresentou, é válido relembrar outras ocasiões em que a emissora se arrependeu de escolher reprise de novelas que não alcançaram o sucesso esperado.
Uma das novelas que provocou estranheza foi Deus nos Acuda, exibida pela primeira vez em 1992 e reprisada em 2004. O retorno da trama, também escrita por Silvio de Abreu, não cativou o público e chegou a perder audiência para a novela Maria do Bairro, do SBT.
Outro exemplo é Sete Pecados, que foi escolhida para a reprise em 2010, apesar de o seu desempenho original ter sido fraco. A novela de Walcyr Carrasco, que tinha 208 capítulos, foi condensada em 83 durante sua reprise, e ainda assim não conseguiu atrair a audiência esperada.
Da Cor do Pecado, uma trama que fez sucesso em 2004, também enfrentou problemas em suas reprises. Embora tenha sido bem recebida na primeira exibição, a segunda reprise, em 2012, resultou em baixa audiência.
A novela O Profeta, que foi popular em 2006, teve seu desempenho comprometido na reprise de 2013, marcando a menor audiência da faixa no período, com menos de 12 pontos. Cobras e Lagartos, que fez sucesso em 2006, também fracassou em 2014, atingindo a pior média histórica da reprise, com apenas 12,5 pontos.
Já Celebridade, originalmente exibida em 2003, foi trazida de volta em 2017, mas a nova exibição foi prejudicada por grandes cortes, resultando em baixa audiência e repercussão. A trama Belíssima de 2005 também não convenceu o público em sua reprise, atingindo menos de 14 pontos e enfrentando forte concorrência.
A segunda versão de Ti-Ti-Ti, exibida em 2021, não conseguiu manter a audiência que sua antecessora Laços de Família havia estabelecido, o que levou a emissora a reconhecer internamente que a escolha da reprise foi inadequada.
Recentemente, em 2023, a Globo optou por reprisar Paraíso Tropical (2007), de Gilberto Braga e Ricardo Linhares. Contudo, essa trama também não alcançou o público esperado, resultando em uma queda de audiência. A faixa, posteriormente, foi sucedida por Alma Gêmea, que conseguiu recuperar e aumentar os índices de audiência.
Esses exemplos mostram como a escolha de reprises pode ser desafiadora para a emissora, refletindo a importância de entender o gosto do público para garantir o sucesso de suas produções.