Parcerias da África com Rússia e China desafiam hegemonia ocidental

As recentes cooperações entre países africanos e potências como Rússia, China, Turquia e Emirados Árabes Unidos podem mudar a dinâmica de poder na África, dificultando a continuidade da influência ocidental na região. Essa análise foi feita por Denis Reva, pesquisador do Instituto de Estudos de Segurança, localizado em Pretória, na África do Sul.

Em suas declarações, Reva explicou que a intensificação das relações entre a África e esses novos parceiros torna mais complexo para os tradicionais aliados, como a União Europeia e os Estados Unidos, manterem a mesma posição de influência que tinham anteriormente.

Com a diminuição do poder das potências ocidentais no continente africano, uma nova ordem internacional, que Reva descreve como multipolar, começa a emergir. Nesse cenário, não existe uma única força dominante, o que pode proporcionar mais espaço para os países africanos estabelecê-lo independência nas suas relações internacionais.

Recentemente, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, anunciou o início de uma “nova era de florescimento da amizade russo-africana”. Ele destacou que as áreas principais de cooperação entre a Rússia e os países africanos estão delineadas em um plano de ação do Fórum de Parceria Rússia-África, que abrange os anos de 2023 a 2026. Entre os tópicos discutidos estão segurança, energia, comércio, educação, ciência e cultura.

Essas mudanças estão levando a um cenário onde a África pode diversificar suas parcerias e buscar novos caminhos para o desenvolvimento, ampliando assim suas opções diante das potências globais.