A cantora Patti Smith, uma das grandes lendas do rock, realizou um show em Berlim no dia 4 de novembro, data significativa que marcou o aniversário de Robert Mapplethorpe, amigo próximo, além de ser o dia da morte de seu marido, Fred “Sonic” Smith. Com 72 anos, Patti se apresentou na sala de concertos Pierre Boulez Saal, que ficou lotada com 500 ingressos vendidos em tempo recorde, em menos de 8 minutos.
A apresentação foi intitulada “Memória”, ou “Erinnerung” em alemão, e se concentrou em temas como nascimento, morte, transição e esperança. Durante o show, Patti ressaltou a importância da data, que também celebra os 30 anos da queda do Muro de Berlim. Poucas horas antes da apresentação, ela fez uma homenagem nas redes sociais a Mapplethorpe e Fred, incluindo a menção ao aniversário de seu neto, que também cai nesta data.
O concerto foi marcado por uma atmosfera de emoção e nostalgia, especialmente porque Patti já havia se apresentado em Berlim anteriormente, em 2017, em um show que foi tocado pela morte de seu amigo Sam Shepard. Fans puderam sentir uma conexão genuína com a artista, que veio acompanhada de Tony Shanahan, seu colaborador musical desde 1996. O público, na sua maioria composto por pessoas na faixa dos 60 e 70 anos, era bem vestido e se dedicou a aproveitar a experiência ao máximo, mesmo sem poder registrar a apresentação com fotos ou vídeos.
Patti mostrou-se bem-humorada e compartilhou algumas histórias pessoais, incluindo uma anedota sobre ter se perdido ao visitar um café e depois um cemitério, o que a atrasou para o show. A apresentação foi uma mistura de poesia, música e risadas, onde ela leu um trecho de seu livro “Just Kids” em homenagem a Mapplethorpe, seguido por canções que mostraram sua voz forte e clara, como “Wing”, “Dancing Barefoot” e “Pissing in a River”. Na lista de músicas, também estavam covers de artistas como Neil Young e Lou Reed, que trouxeram um toque extra de emoção ao repertório.
Durante o show, Patti leu um trecho de seu novo livro, “O ano do macaco”, que será lançado durante sua passagem por São Paulo. Ela pediu desculpas pelo seu inglês, afirmando ser a única língua que conhecia, e expressou seu desejo de dividir histórias de sua vida com o público.
Ao final, Patti enfatizou que lembrar as pessoas que já se foram pode ser uma celebração, não apenas algo triste. Após os aplausos calorosos, ela e o músico retornaram ao palco para encerrar com “Because the Night”, fazendo o público se levantar e cantar junto.
A apresentação durou cerca de 1h30 e reiterou o status de Patti como uma artista única que compartilha sua vida e experiências através da música e da poesia. Seu próximo show em São Paulo, no Popload Festival, promete ser uma experiência imperdível.
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