O presidente da Rússia, Vladimir Putin, declarou nesta quarta-feira que seu país pretende ampliar suas conquistas na Ucrânia, caso Kiev e seus aliados ocidentais não aceitem as exigências do Kremlin. Durante uma reunião com líderes militares, Putin descartou qualquer possibilidade de aceitar um novo plano de paz que visa encerrar a guerra.
Ele afirmou que, embora a Rússia preferisse resolver a situação por meio de negociações, essa opção só será viável se o outro lado estiver disposto a dialogar de forma significativa. Putin ameaçou que, se isso não acontecer, as forças russas buscarão recuperar o que considera “suas terras históricas” por meio da força militar.
O presidente russo mencionou como “causas profundas” do conflito as aspirações da Ucrânia de se juntar à União Europeia e à OTAN. Ele também mencionou a alegada violação de compromissos da OTAN e o que considera discriminação contra a população de origem russa na Ucrânia. Essas justificativas foram apresentadas por Putin para justificar a invasão à Ucrânia em fevereiro de 2022, embora não tenha apresentado provas concretas dessas alegações.
Em sua fala, Putin acusou o Ocidente de ser o responsável pelo início da guerra, alegando que a administração dos Estados Unidos, sob o comando de Joe Biden, teria promovido essa situação. Ele também fez críticas severas à Europa, dizendo que interesses europeus estariam esperando se beneficiar da desestabilização da Rússia. Usando uma linguagem dura, ele afirmou que as potências europeias “queriam se regozijar” com o que ele considera a queda da Rússia.
Putin expressou desconfiança em relação às atuais lideranças europeias, afirmando que um diálogo real entre a Rússia e a Europa é improvável no momento. No entanto, ele acredita que essa interação será inevitável no futuro, quando novas lideranças ocuparem os postos de poder.
Além disso, Putin destacou os avanços das forças armadas russas, mencionando a modernização de seu arsenal nuclear. Ele afirmou que 92% das forças nucleares russas estão atualizadas, o que, segundo ele, nenhum outro país no mundo consegue igualar. O presidente também falou sobre um novo míssil balístico estratégico, o Oreshnik, que, segundo ele, começará a ser usado oficialmente em breve e que é difícil de ser interceptado.
Por fim, Putin se vantou de que, por meio da atual guerra, a Rússia teria recuperado sua “soberania total”, citando a declaração de soberania do país em junho de 1990, antes da queda da União Soviética.