Uso de Gelo na Construção de Bunker Hospitalar em Ponta Grossa
Nos Campos Gerais do Paraná, uma técnica inovadora está sendo utilizada na construção de um bunker hospitalar. A Santa Casa de Ponta Grossa incorporou 35 toneladas de gelo no concreto dessa obra. O objetivo é evitar fissuras e garantir a segurança durante o tratamento de câncer com radiação.
Controle de Temperatura do Concreto
A adição do gelo tem uma finalidade técnica específica: controlar a temperatura da mistura do concreto. Isso é fundamental para que o material não sofra retração enquanto seca. A engenheira Luani Cristine Basso Faversani explicou que essa retração acontece devido à perda de umidade, o que pode comprometer a qualidade do trabalho. “Colocamos gelo para controlar a retração”, afirma a profissional.
Quantidade de Concreto Utilizada
Na construção do bunker, foram utilizados cerca de 805 metros cúbicos de concreto, transportados por mais de 100 viagens de caminhão. O processo exigiu um controle rigoroso em todas as etapas, pois o material precisava atingir uma densidade mínima capaz de conter a radiação do equipamento que será instalado.
Estrutura para Conter Radiação
Segundo a engenheira civil Julia Senger Marin, controlar a densidade do concreto é essencial. “A radiação precisa bater na parede e permanecer dentro da sala”, destaca ela. Para garantir essa segurança, as paredes do bunker têm espessura de até 2,25 metros.
Essa construção faz parte da transformação do antigo Hospital Evangélico, que estava fechado desde 2016, em um novo centro especializado em oncologia. O investimento total para o projeto ultrapassa R$ 25 milhões, com recursos provenientes da Itaipu Binacional, do Governo do Estado e de emendas parlamentares.
Equipamento Inédito na América do Sul
O novo bunker receberá um acelerador linear com inteligência artificial. Este aparelho emite radiação diretamente sobre o tumor, protegendo os tecidos saudáveis e aumentando a precisão no tratamento. A Santa Casa informa que este será o primeiro modelo desse tipo na América do Sul.
Prazo de Entrega e Impacto para a Região
As obras começaram em abril e devem estar concluídas até março de 2026. Com o funcionamento do novo centro, a capacidade de atendimento oncológico em Ponta Grossa deve dobrar, passando de sete mil consultas e dois mil procedimentos mensais. Isso beneficiará pacientes de 33 cidades da região.
Detalhes do Equipamento e da Construção
A estrutura do bunker não é apenas complexa, mas também representa um avanço significativo na infraestrutura médica dos Campos Gerais. O espaço está projetado para abrigar com segurança o acelerador linear, um dos equipamentos mais avançados em radioterapia.
Essa tecnologia utiliza feixes de elétrons acelerados a altas energias para atacar e eliminar células cancerígenas com alta precisão. Diferente de equipamentos convencionais, o modelo escolhido pela Santa Casa possui sistemas de inteligência artificial que ajustam, em tempo real, a intensidade e o ângulo da radiação. Isso melhora a eficácia do tratamento e reduz os efeitos colaterais, tornando as sessões mais rápidas e confortáveis.
Necessidade do Bunker
Um bunker é essencial por conta da radiação ionizante emitida pelo acelerador linear. Essa radiação é potencialmente perigosa para pessoas que estejam fora da sala de tratamento. Por isso, o ambiente precisa ser totalmente isolado, com paredes de concreto de alta densidade, portas reforçadas, além de sistemas de monitoramento e ventilação controlada. Essa configuração impede qualquer vazamento de radiação, garantindo que apenas o local do tratamento receba a dose necessária.
Além das paredes de 2,25 metros, o espaço contará com tetos e pisos resistentes, revestimentos especiais e corredores técnicos para inspeção e manutenção com segurança. O acesso ao interior será controlado por antecâmaras, que evitam a entrada direta de profissionais enquanto o equipamento estiver em funcionamento.
Precisão do Concreto
A precisão na mistura do concreto é tão importante quanto a do próprio acelerador. Por isso, cada fase da construção foi acompanhada de perto, com medições constantes de densidade, temperatura e umidade por engenheiros e técnicos especializados. As 35 toneladas de gelo funcionam como reguladores térmicos, evitando trincas e mantendo a integridade estrutural, o que é crucial para que o bunker permaneça hermeticamente vedado.
O Futuro do Atendimento Oncológico em Ponta Grossa
Com a previsão de funcionamento para 2026, o novo centro oncológico não só ampliará o número de atendimentos, mas também colocará Ponta Grossa em um novo patamar de tecnologia médica no Brasil. Espera-se que pacientes de toda a região tenham acesso a tratamentos que antes só eram oferecidos em grandes capitais, marcando um novo capítulo na saúde pública do Paraná.
Considerações Finais
O projeto de construção deste bunker hospitalar destaca a inovação no setor de saúde e visa proporcionar um atendimento de qualidade para pacientes com câncer. A combinação de tecnologia avançada e infraestrutura adequada não só aumenta a eficácia do tratamento, mas também melhora a experiência do paciente, um aspecto cada vez mais valorizado na saúde moderna.