Você já se sentiu em uma esteira sem fim?
Ao rolar o feed, só vê destaques: promoções incríveis, lançamentos perfeitos e férias de tirar o fôlego. Nossa sociedade valoriza muito os resultados e isso pode ser desgastante.
Muitas vezes, ligamos nosso valor pessoal a esse placar. Quando “ganhamos”, sentimos uma euforia passageira. Quando “perdemos”, a frustração pode ser intensa. Isso cria uma ilusão que acaba com nossa paz de espírito.
A Armadilha do Tudo ou Nada
Quando ligamos nossa autoestima a um resultado, estamos literalmente nos aprisionando. Essa situação se manifesta assim:
Quando você “falha”: Um projeto não dá certo. Você não é chamado para uma vaga. Ao invés de ver isso como uma circunstância, você pensa: “Eu sou um fracasso.” Isso gera um ciclo de vergonha.
Quando você “sucede”: Você recebe aplausos, seu projeto explode de sucesso. Mas, ao invés de relaxar, você vive com medo de perder tudo. O sucesso se torna sua identidade, e a pressão só aumenta. Isso gera ansiedade.
De qualquer jeito, você não se sente livre. Vive esperando a validação do mundo.
Seu Novo Papel: Jardineiro
E se pensássemos em tudo isso de outra forma? Aqui vai uma dica que pode te libertar:
Seu valor intrínseco não depende dos seus resultados.
Vamos mudar a perspectiva. Imagine-se como um jardineiro.
Sua maior missão não é garantir um tomate perfeito, mas ser um bom jardineiro. Seu foco deve estar no que você pode controlar.
Sua Intenção (A Semente): Escolher plantar algo válido, com cuidado e integridade.
Sua Ação (O Plantio): Ter coragem de colocar a semente no solo e participar da criação.
Seu Cuidado (A Manutenção): O compromisso diário com o processo. Estar presente para regar, remover ervas daninhas e cuidar do que começou.
Você Não Controla o Clima
Aqui está o detalhe que muitas vezes esquecemos: Você não é o clima.
Você não controla o mercado, um dia de geada, o humor de um cliente ou a mudança em um algoritmo. Essas variáveis são externas e mudam constantemente.
Como disse o Buda, “Quando as condições existem, as coisas surgem.” Isso é um fato, e não um julgamento moral. Um “fracasso” na colheita não significa que você é um “mal” jardineiro, mas apenas um feedback de que as condições não estavam favoráveis.
A Alegria de “Surfar a Onda”
Então, o que fazer com isso? Aceitar e adaptar.
Aceitação é olhar para o solo seco e dizer: “Poxa, a terra está seca.” E não, “Sou uma pessoa horrível que não consegue fazer nada crescer.” Você se desvincula de sua identidade do resultado.
Adaptação é a parte divertida. É o movimento flexível e alegre. “Ok, a terra está seca… Vou tentar outro local,” ou “Vou esperar pela chuva,” ou “Que tal plantar um cacto?”
Quando você desvincula seu valor da colheita, encontra a liberdade de aproveitar o processo de jardinagem. Não é mais uma carga de “fracasso” ou “sucesso”.
Você pode apenas aparecer, plantar a melhor semente, cuidar dela com dedicação e se adaptar ao que o clima trouxer. Seu valor nunca esteve em risco.
Essa é a mensagem central do primeiro capítulo do meu livro, “O Jardim Imparcial: Você é Divino, não importa o que aconteça.” Essa não é uma solução única, mas sim uma prática diária de desligar nossa identidade do placar e replantá-la no solo fértil do processo. Quando você abraça seu papel — não como vencedor ou perdedor, mas como jardineiro — encontra a liberdade e a alegria que nenhum resultado pode te dar.
Sobre o Autor
Mohana Konakanchi é autor de “O Jardim Imparcial”, um guia prático para quem busca autoconhecimento e espiritualidade, focando em como fluir com as leis universais da vida de forma leve.